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PAULO MARTA: “RASGAVA UMAS CALÇAS E LEVAVA UNS TABEFES MAS ATÉ BRILHAVA NA BALIZA”

Começou a jogar à bola na rua com os colegas que o convenceram a ir para o Sporting Clube Lourinhanense (SC Lourinhanense). Cedo pendurou as luvas, mas o seu amor ao clube fê-lo continuar sempre ligado. Presidente desde 2006, confessa que “voltaria a fazer os mesmos sacrifícios em prol do emblema da terra” e adianta que, embora não esteja ‘amarrado’ ao lugar, poderá ser um casamento para vida “como o presidente Pinto da Costa”.



Como começou a sua ligação ao SC Lourinhanense?

A minha entrada no SC Lourinhanense foi como atleta no escalão de Iniciados. Na altura não havia playstation nem televisão a cores, só a preto e branco e apenas com o canal 1 e o canal 2 da RTP, pelo que imperavam as brincadeiras de rua e o futebol entre os miúdos de diversas zonas da vila. Diariamente, depois do horário escolar, juntava-me com os meus amigos da escola e vizinhos do Casal Juncal e costumava de ir para a baliza, pois não havia ninguém para guarda--redes, e na frente estorvava um pouco (risos). Comecei a rasgar umas calças e a levar uns tabefes, mas nestes jogos de rua até que brilhava na baliza, e foi assim que esses meus colegas, que na sua maioria já eram atletas do SC Lourinhanense convenceram-me a ir para o clube, ainda no campo velho junto aos Correios e ao Mercado, com aquele piso maravilha tipo lixa número 3, de facto já não rasgava calças. A pele por vezes ficava lá, mas pelo menos já não levava uns tabefes…


Quais as condições que tinham para treinar/jogar lá no antigo campo junto ao Mercado?

O futebol progrediu muito rápido! Por vezes temos a sensação que não, quando comparamos com outros países, mas nos últimos anos penso que a evolução foi fortíssima e o resultado está à vista e é reconhecido internacionalmente tanto que a nível da formação, somos de facto dos melhores da Europa.

Mesmo num patamar inferior, ao nível distrital, quando olhamos para trás parece que foi há pouco tempo mas o facto é que no Lourinhanense haviam dois balneários, só havia o peladão, havia diversos escalões competitivos mas menos do que hoje e toda gente treinava num só campo, uns arranhados, outros com equipamentos rotos, uma meia às riscas outra toda verde, uma bota de um número outra de outro, e por vezes com uns respiradores nos dedos da frente ou de lado (risos), tirando as de linha branca, que eram todas, só havia um ou outro par, que vinham dos seniores já com uns quilómetros e uns probleminhas técnicos (risos) mas eram um luxo, as desportex, que maravilha.

Lá, o Tio Luis Sapateiro com a sua paciência e enorme gosto pela modalidade, por vezes dava mais um jeitinho nas botas, cola e pontos e estavam novas, era futebol, muito divertimento e ninguém reclamava de nada. Bons tempos de facto e por vezes contamos histórias destas que só de pensar no que o futebol se tornou hoje, já são verdadeiras anedotas.


Que ambiente se vivia no balneário antes dos jogos?

O ambiente normalmente era engraçado, a dúvida era saber se levávamos cinco ou mais quando se apanhava as equipas de Lisboa como o Alverca, Vilafranquense, etc!


Sempre preferiu ser guarda-redes?

Sim, claro. Também não tinha jeito para mais… (risos) mas claro que gostava, o problema é que era muito bom nos treinos mas no jogo tremia que nem uma vara verde e o meu colega na altura, o “Paulinho 101”, era um monstro na baliza.



“... um mister disse-me: nunca falhas aos treinos, é injusto mas como o ‘Paulinho 101’ não pode ir a jogo, vou buscar um jogador de Ribamar corpulento (já trabalhava na pesca) que me dá garantias... fomos a Alverca, levou oito e nunca mais apareceu...”


Lembra-se de alguns episódios que o tenham marcado dos tempos de jogador?

Uma vez um mister disse-me: nunca falhas aos treinos, sei que é injusto e como o Paulinho não pode ir a jogo, serias tu o titular mas em jogo ‘tremes’ muito e vou buscar um jogador de Ribamar corpulento (já trabalhava na pesca) que me dá garantias. Então lá fomos a Alverca e fiquei sentadinho no banco como era costume e o rapaz corpulento já homem feito levou oito sem resposta e nunca mais apareceu, e lá viemos com uma saca cheia. Nesses jogos, nomeadamente, próximos do Aeroporto [de Lisboa]` e para os lados de Alhandra e Vila Franca de Xira, havia jogadores nossos que paravam de boca aberta durante uma jogada a olhar para um avião que passava, outros para o comboio que nunca tinham visto, enfim era uma verdadeira comédia.

Outro episódio ocorreu, também, em Vila Franca de Xira com outro treinador que eu adorava pela sua forma de tratar os atletas em treino, jogo, nos trajetos, na paragem na ‘tasca’ pelo caminho, etc (risos)... No início da segunda parte desentendeu-se com o ‘Paulinho 101’ e começaram a trocar uns apupos, o mister para o castigar mandou-me aquecer, encorajou-me e tranquilizou-me, entretanto entrei e de facto foi o meu melhor jogo, defendi um penálti, fiz uma série de grandes defesas e o SC Lourinhanense lá ganhou aflitinho.

Ah... e lembro-me dum muito engraçado, quando um colega do meio-campo, não me recordo se o Rebelo ou o Orlando Carvalho, sofreu uma entrada mais violenta, e entra o massagista improvisado e escalado para o jogo... nisto o lesionado no chão pediu água e ele agarra numa garrafa que estava na malinha e toma lá disto, entretanto ele no chão começa a deitar espuma pela boca e a cuspir, e reclama ‘isto é água oxigenada’, ao que o massagista ripostou de imediato ‘bochecha e manda fora, não faz mal, desinfeta’ (risos).


Jogou até que escalão? Porque pendurou as luvas ainda jovem?

Terminei nos juvenis. Penso que, ainda, no 1.º ano. Como era “bom aluno” (risos), o meu pai achou melhor apostar numa educação um pouco mais adequada, daí ter ido para outro tipo de escolas, nomeadamente o Externato Atlântico, Colégio Interno em Rio Maior, etc… e digamos que era uma situação incompatível com o futebol.


Com que idade começou a assistir aos jogos dos seniores? Que memórias guarda?

Bem cedo, até antes de jogar, acho. Lembro-me de vários atletas daqui, Alfredo Manuel Santos e o Miguel Pinto que foram ambos presidentes do SCL, e posso dizer que eram muito melhores atletas que eu, de caras (risos)... do António Luís Damas, Artur Mário, Picão, Canoa um centralão, Ernesto Maria grande amigo muito mais tarde, nessa altura era eu um miúdo, Quinhas, Henrique Coelho extremo fabuloso, hoje era de 1.ª liga, o Francisco Marques grande lateral meu grande amigo e mais tarde colega de direção até ao seu final prematuro. Posteriormente, os pupilos do mister Chagas, muitos atletas excelentes de Atouguia da Baleia, Peniche, Bombarral e Lourinhã, que efetivamente aqui passaram: Cowboy, Garcia, Zé Horácio, Nuno, Zé Manel, Viola, Leal, João Carlos, Samba, os pupilos do João Carlos Carneiro, mais tarde grande amigo meu, do mister Vieira da Silva com a armada terrível do Brito, Martinez, Banha e muitos outros bem durinhos (risos), com o Filipe Moreira, o Meszaros, atletas duma qualidade incrível, que hoje jogavam em qualquer clube do Distrital e até do Campeonato de Portugal e de seguida as épocas de Satélite do Sporting Clube de Portugal e Alverca, que de facto foram uma montra de jovens atletas que por aqui passou de jogadores fabulosos, jogos incríveis. Destaco uma época inesquecível em que o Lupeta marcou trinta e tal golos, tantos ou mais que o Magnusson do Benfica, são memórias giras, de muito público, quer em casa quer fora, de muito entusiasmo, era uma festa.



A que se deveu que fosse diretor?

Ao meu primeiro filho ter iniciado a carreira logo que entrou para a escola primária. A ter muito jeito para a modalidade e o entusiasmo dos jogos então no pavilhão da Casa do Povo com muito público, onde o futebol para mim voltou a ser a festa que tanto tinha gostado antes em miúdo e com a vantagem de um dos protagonistas principais ser o meu filho, nasceu com um pouco mais de talento para o futebol que o pai (risos).


E o que o levou a candidatar a presidente?

Iniciei como pai conforme expliquei, com a evolução dele, passei a ajudar e passei a ser delegado de equipa e o ‘bichinho’ ficou de facto entranhado. Entretanto, o meu segundo filho também adere à modalidade e ali passava o meu tempo pós-trabalho, pelo que o Miguel Pinto, então presidente, convidou-me para ser diretor do clube (vogal da Direção) e lá aceitei para de facto ser útil e ajudar no que fosse necessário.

A candidatura a presidente surge mais tarde, com o Sr. Miguel e o Sr. José Manuel Custódio a convidarem-me, pois o Miguel já não tinha disponibilidade profissional para continuar e na verdade acho que não havia mais ninguém para ficar, por isso acabei por ficar eu e um grupo de pais e ex-dirigentes, onde eu e o Marçal éramos os mais novos, o resto era uma “velha guarda “ espetacular, onde tive o privilégio e um enorme prazer de ter trabalhado com eles, Sr. Barreto, Sr. António Bonifácio, Sr. Manuel Pereira, Zé Matias Antunes, Zé Vieira, António Júlio, Lourenço, João L. Augusto, Quim Barbosa, Sr. João Ribeiro, Sr. Correia e muitos outros durante estes 17 anos. A Dona Arlete, Pedro Margarido, Marçal, Paulo Madureira, Ricardo Miguel, Irmãos Moreira e de facto muitos outros que peço desculpa por não os mencionar a todos pois a lista seria longa e todos eles foram importantes neste trajeto, e aquele que devo de facto enaltecer, pelo seu clubismo, pelo seu amor ao clube de forma incondicional, aquela pessoa que esteve sempre comigo nos bons e maus momentos, a pessoa sem dúvida que o clube deve a sua saída de um período conturbado, o nosso Presidente da Assembleia, o Sr. José Manuel Dias Custódio.


“Hoje sou presidente e assisto encostado ao muro...

é a generosidade que temos dos adversários.”


É um presidente de banco ou de tribuna?

(Risos) Essa é uma pergunta que me faz rir, pois estão sempre a dizer-me quando as coisas não correm bem “presidente vá para o banco”.

Esse tempo já foi. Não me sinto bem no banco, já tive muitas horas de banco e hoje o banco não me seduz, começou a deixar-me muito triste. Coisas para além do jogo, malabarismos, faltas de respeito, etc, etc. Hoje sou presidente e assisto encostado ao muro… é a generosidade que temos dos adversários, e em casa na tribuna, pois no futebol não abunda a arte de bem receber. Mas, na Lourinhã sim, até nesse aspeto somos diferentes, recebemos toda a gente bem.


Vai ao balneário no intervalo e quando acabam os encontros?

Sinceramente, já não vou. Vou eventualmente no período que antecede o jogo e sempre que ache necessário mas normalmente a mensagem é bem passada por parte de todos os intervenientes, depois se corre melhor ou pior, depende da vontade de cada um e por vezes também do fator sorte, mas não sou eu certamente ao intervalo que vou alterar o rumo dos acontecimentos, provavelmente altero melhor no final do mês se tiver de ser... entende?! (risos)


Costuma falar com os treinadores sobre o rendimento da equipa?

Sempre, claro! Procuramos analisar em conjunto sempre o que de menos bom se fez e os desempenhos abaixo do esperado para se poder retificar no futuro, pois por vezes quem está de fora vê melhor os lances ou o desempenho coletivo e individual do que quem está no banco no mesmo nível do terreno de jogo, a perceção do jogo é completamente diferente num patamar superior, por isso também os jogos hoje são filmados e visionados.


Que fatores privilegia para a contratação dos treinadores?

Com todo o respeito que tenho por todos os treinadores, hoje chego à conclusão que não vale a pena colocar muitos nomes em cima da mesa. Em primeiro conheço alguns que por aqui passaram e outros que estão nestas divisões e que sabemos à partida que nos dão garantias, depois temos o fator distância da área onde residem ou trabalham, que vai influenciar a parte mais importante dentro deste lote restrito, que é o salário, e que de facto restringe esse lote a muito poucos, estamos na ponta do distrito, até neste aspeto é uma desvantagem.

Depois há a “nova escola” de treinadores que sinceramente gosto de ver trabalhar. Parece 1ª liga, são tantos treinadores, adjuntos, técnicos disto e daquilo, são quase tantos como os jogadores que compõem o plantel. E sem dúvida que têm métodos inovadores, é o resultado de novas técnicas, novos métodos, das universidades e de muita televisão (risos). Será certamente o futuro, depois o resultado por vezes funciona enquanto que noutras, no ano seguinte ou na mesma época, estão noutro clube.


... marcante foi sem dúvida, na temporada 2012/13, ser o último campeão da lll Divisão

Nacional [Série E] com o mister Bastos Lopes e chegar aos oitavos de final da taça de Portugal com o mister Luis Brás.”

Qual o título ou vitória que teve mais significado para si, até hoje, enquanto líder do emblema lourinhanense?

Foram diversos marcos significativos, a subida à Divisão de Honra da Associação de Futebol de Lisboa (AFL), duas Supertaças (da AFL) espetaculares, duas subidas ao Campeonato de Portugal, mas marcante foi sem dúvida, na temporada 2012/13, ser o último campeão da lll Divisão Nacional [Série E] com o mister Bastos Lopes e chegar aos oitavos de final da taça de Portugal com o mister Luis Brás. Sem dúvida que foram momentos históricos e marcantes que nunca esquecerei. Como se costuma dizer, foi com sangue suor e lágrimas, foram grandes jogos e intensos momentos de espetáculo.



Que metas ainda gostaria de atingir a nível desportivo?

Regressar e estabilizar ao Campeonato de Portugal (CP), que me parece ser hoje mais fácil de se manter, em virtude da criação da Liga 3 que fez com que os ‘tubarões’ do futebol nacional não profissional subissem a um patamar diferenciado. Se bem que, ascender aos campeonatos nacionais, hoje em dia, é mais complicado dado que a primeira divisão distrital da associação de futebol de Lisboa está muito competitiva, com a participação de vários emblemas históricos dos Nacionais que presentemente estão a investir muito. Diria que é mais difícil subir ao CP do que se manter lá.


“... tenho ambição em fazer no SC Lourinhanense uma equipa de futsal masculina e introduzir o futebol feminino”

Além da vertente desportiva, que outros objetivos ambiciona concretizar?

Conseguir um Parque Desportivo digno de se ver e que nos orgulhe em todos os aspetos, que sirva exclusivamente para o desporto, com dois campos de futebol de 11 e um campo de futebol de 7 e aquilo que dificilmente será possível: um pavilhão para futsal masculino e feminino, e também para os miúdos no inverno poderem treinar e não abandonarem como, atualmente, se verifica.

Ou seja, já lhe estou a dizer por meias palavras que tenho ambição em fazer no SC Lourinhanense uma equipa de futsal masculino e introduzir o futebol feminino.

Desde que é presidente, quais as principais mudanças na sua vida?

Foram muitas, demasiadas mesmo a nível profissional e particular, as profissionais consegui readaptar-me para fazer dois trabalhos em simultâneo, pois dedico muitas horas diariamente ao clube. Quem está por fora não faz uma pequena ideia e a nível particular também tive de readaptar-me algumas vezes…(risos) até estabilizar.

“Sou aquilo que sempre fui... há quem me chame Zé Marta,

ainda hoje. O futebol permitiu a muita gente ver o meu lado

voluntarioso de trabalho para a terra, para o clube, horas, dias, anos, muitos anos. Dirijo, lavo, limpo, pinto muros, ajudo a cozinhar...


Sente que passou a ser uma figura pública na terra e na região?

Não. Sou aquilo que sempre fui, há pessoas conhecidas pelos seus familiares, ou pelos cargos deles na região e que até os incomoda ou têm vergonha. Posso dizer que sempre fui conhecido pelo meu pai, pelos meus avós paternos e maternos e orgulho-me muito, há quem me chame Zé Marta, ainda hoje.

De facto, já conhecia muita gente antes de aqui chegar, o meu trabalho junto com o meu pai também me proporcionou, desde os 17 anos, esses conhecimentos e convivências de uma forma natural e, como digo, não vim para o futebol para fazer amigos, já os tinha.

Posso dizer é que o futebol permitiu a muita gente ver o meu lado voluntarioso, de trabalho para a terra, para o clube, horas, dias, anos, muitos anos. Dirijo, lavo, limpo, pinto muros, ajudo a cozinhar nas tasquinhas, marco ambos os campos, não sou um presidente de gravata e secretária, faço aquilo que o meu clube necessita que eu faça de forma gratuita e que me deixa muito satisfeito, pois descontrai-me e sinto que estou a ser útil, estou a manter uma associação enorme, com mais de 300 atletas, viva e saudável e já são tão poucas nestas condições que vale a pena o esforço.


Alguma vez o SC Lourinhanense foi “trampolim” para si em algo extra-futebol?

Trampolim não de forma alguma, mas conto-lhe um episódio giro, no trabalho como no clube sou exigente com quem trabalha comigo e por vezes a paciência tem limites para com o arrastar das situações e, numa discussão com um diretor da minha empresa em que eu estava a defender o meu cliente até à exaustão e a coisa estava a ferver, quando um dos técnicos presentes, que me conhece, me diz ‘calma presidente, não se enerve’, o tal diretor questionou, ‘presidente?’ e o outro retorquiu, espontaneamente, ‘sim, este senhor é presidente do Sporting Clube Lourinhanense’, do género, respeite que este é presidente do Benfica ou do Sporting. Dei uma gargalhada, e acabou tudo descontraidamente, num ambiente mais de futebol do que de empresa, o problema foi resolvido sem stress e hoje somos efetivamente todos bons amigos e o aspeto futebol tira-nos aquela carga problemática e stressante que por vezes a nossa atividade regista.



Que coisas gostaria de ter feito nos últimos 16 anos, que não teve tempo por causa da sua dedicação ao SCLourinhanense?

Não vale a pena dizer que ia mais de férias, viajava mais, ia ver o meu Benfica com mais assiduidade (aqui talvez), que fiz coisas que não voltava a fazer, outras que fazia de forma diferente, etc.


Se pudesse voltar atrás, faria o mesmo ou nunca se teria candidatado a presidente?

Sinceramente fazia tudo de novo e da mesma forma (risos)... Talvez não desse oportunidades a pessoas que não deveria ter dado, o chamado tempo perdido e o meu é caro.


Vê-se cada coisa que mãe do céu… Indivíduos que nunca abriram a boca e que falam o que sabem, o que não sabem... Muito deles até dá pena, não percebem nem da vida deles, quanto mais da dos outros ou de um clube.”


Ouve-se dizer e lê-se nas redes sociais alguns comentários menos abonatórios, relativamente ao trabalho que tem desempenhado à frente do SC Lourinhanense por parte duma franja da massa adepta. Leva a “peito” essas críticas? Que resposta merecem esses comentários que apontam a falta de um projeto que possibilite a modernização do clube de maneira a acompanhar a evolução dos tempos?

Não vejo muito redes sociais. Vê-se coisas boas, mas vê-se cada coisa que mãe do céu… Indivíduos que nunca abriram a boca e que ali expõem as suas vidas, falam o que sabem, o que não sabem, e tudo o que é de mais incrível e ridículo. Muitos deles até dá pena, não percebem nem da vida deles, quanto mais da dos outros ou de um clube, nunca geriram nada, quanto mais um clube com tanta gente envolvida, indivíduos que nem sócios são, não participam numa assembleia, não contribuem em nada para o clube, nem respondem ao meu apelo em eleições para aparecerem. Aliás não me candidatei, e pela segunda vez tive cá uma hora à espera desses tristes para poder votar ou não neles, mas acima de tudo para ver o que poderiam contribuir para o SC Lourinhanense.

A credibilidade, projeto, ambição, voluntariado viu-se mais uma vez… Ninguém apareceu, muitos deles aparecem nas redes sociais com a cara de um gatinho ou de um cãozinho, na verdade só ladram mesmo, de resto nem merecem resposta, pois nem cara nem nome lá têm e nunca deram nada, são indivíduos que só trabalham se forem pagos. Voluntariado? Sabem lá o que é isso!

Gosto de dialogar, gosto que critiquem aquilo que efetivamente se pode melhorar, aquilo que é exequível, novas ideias, sugestões, críticas construtivas sim, sem dúvida! Aceito e quero que as façam, nos locais certos, nas reuniões de pais, nas Assembleias, etc. Vamos construir juntos, se não querem que eu saia, ou melhor se pedem que continue, é porque reconhecem o que foi feito, e de facto fez-se muito durante estes 16/17 anos .

Colaborem, ajudem o clube a desenvolver ainda mais, agora não posso embarcar é em ambições desmedidas só porque os nossos vizinhos estão em ligas superiores, os nossos vizinhos estão em cidades, os nossos vizinhos têm uma conjetura económica completamente diferente da nossa, desde um tecido industrial desenvolvido, um tecido empresarial fortíssimo, sócios ativos e contributivos, investidores nacionais ou estrangeiros, SAD´s, etc. Nada daquilo que temos ou podemos querer ter, porque a nossa realidade é outra, porque somos uma vila, porque nos falta efetivamente tudo aquilo que os outros têm em abundância, dinheiro. Lutámos recentemente contra orçamentos de cerca de dois e três milhões [euros], com uma realidade de 100.000€.

Não se pode ter os mesmos resultados investindo 250/300€ de outro que investe 1000€ ou 2000€ num atleta.

Mesmo